Mês: abril 2022
A preocupação com o aumento de custos da construção persiste e o setor “ganha” novos problemas. Há sete trimestres consecutivos o alto custo dos insumos é o principal problema do setor. No entanto, a preocupação com a taxa de juros vem crescendo. A falta ou o alto custo do trabalhador qualificado também tem sido um problema crescente. Estas são algumas conclusões do estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – primeiro trimestre de 2022”, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta segunda-feira (25), em coletiva de imprensa.
O evento contou com a participação do presidente da CBIC, José Carlos Martins, da economista da entidade, Ieda Vasconcelos, e do gerente de análise econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, que apresentou a Sondagem da Indústria da Construção.
De acordo com a pesquisa, a falta ou o alto custo de matéria-prima foi o principal problema citado por 46,7% dos empresários. “A gente já convivia com problemas crônicos como a alta carga tributária e o aumento dos insumos, mas agora a elevação da taxa de juros também entrou no radar como um problema grande para o setor”, afirmou Martins.
A taxa de juros elevada tem sido um problema crescente e foi destacada por 26,7% dos entrevistados. Segundo a economista Ieda Vasconcelos, este foi o maior patamar desde o segundo trimestre de 2017, que era de 27,9%. “Em relação a março de 2021, que era 11,6 pontos, a alta foi de 15,10 pontos. Este foi o problema que apresentou o maior incremento, na comparação do primeiro trimestre de 2022 em relação a igual período do ano anterior”, analisou. Já a falta ou alto custo de trabalhador qualificado foi relatada por 18,2%. De acordo com o estudo, este é o percentual mais alto desde o primeiro trimestre de 2015.
Custo dos insumos
O indicador de preço médio dos insumos rompeu a sequência de dois resultados de recuo e voltou a apresentar aumento no 1º trimestre deste ano. O índice de evolução do preço médio dos insumos e matérias primas, de acordo com a Sondagem, passou de 70 pontos, no 4º trimestre de 2021, para 75 pontos de janeiro a março de 2022. Isso significa, de acordo com a economista, que a percepção do empresário com o aumento dos custos ficou mais forte nos primeiros meses de 2022.
A alta pode ser comprovada pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) – Materiais e Equipamentos, que acumulou incremento de 51,21% de janeiro de 2020 a março de 2022, envolvendo quase todo o período da pandemia. O INCC total registrou aumento de 26,31% no mesmo período.
Contudo, apesar do alto custo dos insumos, o estudo aponta que a confiança do empresário do setor se mantém em patamar elevado. O Índice de Confiança do Empresário da Construção em abril deste ano chegou a 55,5 pontos. Em relação ao mês de março, o indicador manteve estabilidade (55,3 pontos).
Expectativa para o PIB
A CBIC aumentou a expectativa de crescimento do PIB da construção em 2022 e passou de 2% para 2,5%. De acordo com a economista, desde 2013 o setor não cresce dois anos consecutivos e o desempenho do setor deve superar o crescimento nacional. No entanto, segundo Ieda, este crescimento de 2,5% não indica recuperação do pico de atividades econômicas. “Mesmo crescendo pelo segundo ano consecutivo, a marca segue distante do pico alcançado em 2013. Caso continue crescendo 2,5% ao ano, o setor recuperará as perdas dos anos anteriores somente em 2033”, ressaltou.
A especialista ainda explicou que o setor encerrou o ano de 2021 com crescimento de 9,7% em seu PIB, superando as expectativas, que indicavam alta em torno de 8%. Apesar do crescimento, a construção civil perdeu participação no PIB nacional e chegou a 2,6% em 2021.
O presidente da CBIC explicou o motivo dessa contradição. “Crescemos tanto e a participação reduziu. Isso significa que o aumento dos insumos superou o aumento da produção. Isso prova os malefícios desses aumentos para a economia e para o mercado de trabalho, que poderiam ter gerado muito mais vagas não fossem essas altas. O aumento de insumos, que subiram tanto, tiraram a rentabilidade das empresas”, afirmou.
Martins ainda completou: “A participação do PIB da construção no PIB Brasil está abaixo do seu potencial. O espaço é grande e é preciso dobrar o PIB da construção para alavancar mais a economia. A construção civil continua sendo uma grande ferramenta de inclusão social, pois não existe programa social melhor no mundo que carteira assinada e emprego regularizado”.
Mercado de trabalho
O mercado de trabalho formal da construção vem se destacando e registrando resultados positivos. Dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, mostram que o setor chegou a 2.383.803 trabalhadores com carteira assinada em fevereiro deste ano, voltando ao patamar de março de 2016.
Em fevereiro o setor registrou o maior saldo de novas vagas dos últimos 11 meses, abrindo 39.453 novos postos de trabalho. Considerando o período de junho de 2020 a fevereiro de 2021, a construção apresentou saldos negativos somente em dezembro de 2020 e de 2021, quando é considerado efeito sazonal.
Contudo, a informalidade ainda é elevada no setor. A PNAD Contínua mostra que o número total de ocupações na Construção, considerando formais e informais, chega a 7,2 milhões. “No auge da pandemia se observa o quanto o mercado formal caiu menos e o informal caiu muito mais. Ou seja, quem sustentou o emprego na pandemia foi o mercado formal, que é uma curva de crescimento constante”, destacou Martins.
No primeiro bimestre deste ano, apenas quatro estados (Amapá, Tocantins, Maranhão e Pará) não registraram resultados positivos no mercado de trabalho formal da construção. O presidente José Carlos Martins destacou o impacto da queda de repasses para o programa Casa Verde e Amarela na geração de empregos.
“A alta dos juros não impacta tanto no FGTS por conta da taxa fixa, mas o aumento dos insumos sim. As famílias estão perdendo a capacidade de compra de imóveis por conta desses aumentos. Nos estados onde não houve resultado positivo foi por esta razão. O Casa Verde Amarela já chegou a representar 75% das vendas e agora em alguns estados está limitado a 40%”, destacou.
Atividade
A evolução da média do Índice do Nível de Atividade do setor, no 1º trimestre deste ano, atingiu 49,0 pontos, o maior patamar para o período, dos últimos 10 anos. O indicador também foi superior à média histórica, iniciada em 2010, que foi de 45 pontos. Martins destacou que o ciclo de negócios da construção, iniciado no segundo semestre de 2020, continua produzindo resultados positivos. “O contrato de ontem é o emprego de hoje”, explicou.
Desagregando o indicador do Nível de Atividade da Construção por segmento, observa-se que a construção de edifícios e os serviços especializados estão impulsionando o setor. De acordo com o presidente da CBIC, as obras de infraestrutura vêm sendo diretamente impactadas pelo aumento dos combustíveis e do asfalto, explicando a queda nesta atividade econômica do setor.
A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) das empresas apresentou crescimento de 3% em março deste ano em relação ao mês anterior e chegou a 68%, o maior desde 2014, quando estava em 69%.
Marcelo Souza Azevedo, gerente de análise econômica da CNI, destacou que o resultado sinaliza que a atividade do setor permanece aquecida. “A gente percebe na indústria de forma geral o otimismo, apesar da crise. Mas a queda da renda das famílias também atinge a indústria, bem como a alta da taxa de juros gera impactos como diminuição de investimento e redução de demanda no setor”, explicou.
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Por: Agência CBIC
***FIER – 31 ANOS ***
O SINDUSCON-RR, em nome da construção civil e com os cumprimentos do Presidente Clerlânio Holanda, parabeniza a Federação das Indústrias do Estado de Roraima pelos 31 anos de apoio à indústria roraimense.
São mais de três décadas atuando no crescimento, na modernização e na melhoria da competitividade do setor industrial e contribuindo diretamente com a economia local.
Temos muito orgulho de fazer parte da Fier, caminhando lado a lado nessa missão de contribuir para o nosso Estado prosperar”.
Feliz aniversário!
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A contratação de mão de obra na construção continua sendo um problema para as empresas do setor. Levantamento realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela aumento na dificuldade de contratação de mão de obra qualificada no setor da construção civil, especialmente pelas empresas de pequeno porte. Segundo o estudo divulgado pela Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da entidade, cerca de 90% das empresas pesquisadas em fevereiro/2022 veem gargalos no recrutamento, contra 77% em outubro/2021.
As empresas apontaram maior dificuldade na contratação de pessoal de produção qualificada, principalmente pedreiros (82,0%) e carpinteiros (78,7%), bem como de gestão de obra – mestre de obras (74,7%) e encarregado (70,0%).
Também foi identificada carência de qualificação da mão de obra terceirizada (94.67%).
De acordo com o levantamento, 72,67% das empresas do setor estão dispostas a custear a qualificação dos seus empregados. A maioria (43,33%) prefere que a qualificação dos profissionais seja com aulas práticas e teóricas no próprio canteiro de obras, ministradas por escolas contratadas pelas empresas.
Além disso, a pesquisa detectou que a maioria entende que treinamento da parte teórica por meio eletrônico não é eficaz.
Por: Agência CBIC
A Comissão de Política de Relações Trabalhistas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CPRT/CBIC) realizou, nesta segunda-feira (04/04), reunião virtual restrita aos dirigentes e profissionais ligados às empresas e entidades associadas à CBIC, que participam diretamente das negociações coletivas em suas localidades. O objetivo foi discutir importantes pautas de interesse de negociadores e profissionais do setor.
Durante a reunião, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, ressaltou que este é o assunto mais importante de 2022 dentro da entidade. “Não vejo nada melhor que esse entrosamento entre vocês, essa troca de informações. Não existe nada mais rico e nada mais importante. Esse diálogo é vital para o setor da indústria da construção”, afirmou.
Para o presidente da CPRT/CBIC, Fernando Guedes, não há um tempo exato para fechar as convenções. “É essencial que a gente tenha consciência que a convenção coletiva não tem um tempo nem rápido e nem longo para ser fechado, precisa ser fechada no momento certo. Precisamos fechar uma boa convenção”, disse.
Outro destaque da reunião foi a apresentação da “Cartilha Orientativa para Negociações Coletivas na Indústria da Construção”, desenvolvida para apoiar empresas e entidades em seus processos de negociação.
Sobre o panorama geral, Guedes afirmou que o setor da construção é responsável por 75% da concentração das negociações no primeiro semestre do ano.
No âmbito das tendências das negociações coletivas no setor, Guedes apontou a importância do alinhamento com os associados. “É cada vez mais importante a democratização do processo de negociação, com envolvimento das empresas associadas”, disse.
A reunião também contou com apresentação da economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, que mostrou conceitos que envolvem os índices de reajustes, comumente usados como referência para as negociações, especialmente o INPC/IBGE.
O evento também proporcionou um debate com o especialista em Relações Trabalhistas e Benefícios da RHI Magnesita, Jurandez Reis Junior, que compartilhou experiências em negociações coletivas de outros setores, como o de mineração.
Por: Agência CBIC